segunda-feira, 24 de março de 2008

Salão Automóvel Romeno: o Dacia dos meus sonhos









Epopeia: A Casa-de-Banho

Há sempre aquela frase, "ah isso é normal quando se viaja... é o relógio biológico e tal... devias beber um iogurte bifidus activo...".

E quanto a isso eu digo: "paneleirices, é o que é".

A verdade é que não foi fácil. A única coisa que o meu organismo expulsou nos primeiros dois ou três dias foi o leite estragado (leite batut ou uma cena assim) mas foi num vómito repentino.
Durante a viagem para Sófia o intestino pareceu querer colaborar, mas como já sabem, quando me aproximei da casa de banho do comboio... FÓNIX!!!!!

De maneiras que o tempo foi passando sem novidades. O meu intistino parecia não conseguir triunfar até que no final do primeiro dia em Sófia (e se calhar com um empurrão da comidinha daquele restaurante búlgaro do canhão):

TRIUNFO

Digamos que não foi bem um triunfo, mas um triunfozinho em mau estado... assim como arco do triunfo de Bucareste em obras.
Na verdade, senti-me uma pessoa sem moral: a primeira vez foi numa casa-de-banho de um bar...

Já em Veliko Turnovo, fomos criteriosos na escolha do local para jantar. Os critérios foram os seguintes por ordem decrescente de importância:
1 - rápido que está a chover cumó catano;
2 - aparência de ter uma boa casa-de-banho;
3 - existência de talher;
4 - boa comida;
5 - preço reduzido (já sabíamos que, mais cêntimo menos cêntimo, seria barato, por isso demos pouca importância a este critério).

Para perceberem a importância que demos ao factor casa-de-banho, temos que dizer que todas as casas-de-banho públicas eram pagas. As poucas alternativas eram os restaurantes.
A acrescer a tudo isto, dentro de pouco tempo teríamos mais uma viagem de várias horas de comboio seguida de ainda outra viagem de... várias horas de comboio. Nenhum de nós queria considerar a hipótese de usar a casa-de-banho do comboio (ver posts anteriores).
Decidimo-nos por um restaurante com um aspecto bastante fino. Os donos eram um bocado incultos: não sabiam o nome de todas as capitais europeias. Mas estava Lisboa... por nós tudo bem.
Assim, após nos termos refastelado com boa comida, boa cerveja e mau molho de soja escrito em português, decidi ir finalmente experimentar os aposentos sanitários.
A empregada de mesa feia não percebeu a palavra "toilete", nem "bathroom", nem "w.c.", nem "a casa-de-banho, c#$%&@£!!!!". De maneiras que teve de ser a emprega gira a indicar-nos uma porta.
Quando cruzei a porta, parecia que estava num estúdio de TV e acabava de passar para outro cenário. Dei comigo numa espécie de corredor duma escola primária. E quando cheguei à casa de banho o que é que aconteceu?
Estava uma senhora a cobrar 0.20 lev para usar a poltrona de porcelana. Ou pelo menos era isto que eu pensava quando fiz o seguinte raciocínio: "bolas... mais vale pagar 10 cêntimos para obrar numa sanita asseada do que de borla na sanita do comboio".
Assim fiz: paguei. E... não é que a sanita não estivesse asseada... mas simplesmente não havia sanita. Apenas um daqueles buracos onde alguém mais sensível ainda pensou "eh pah, cagar de pé tudo bem, mas sem uma destas marcas para por os pés é que não...".

Fiz o que tinha a fazer, voltei para a mesa e avisei o Rui que não valia a pena ir à casa-de-banho. Até porque eu tinha gasto o papel todo e duvido que por o.20 lev a senhora lhe desse um rolo de papel higiénico.
Que fixe termos optado por um restaurante fino...

P. S. - Senti-me emocionalmente mal. Posso dizer que por pouco não paguei pela minha primeira vez...

A sra. viagem.

"Thou shall not pirilampate the woman of the next" L. Dérmio

O plano é: arranquemos de Sofia pela manha, vamos para Veliko Turnovo, visitamos, depois autocarro para Gorna Oriahovitsa e depois comboio para Ruse, Bucareste e Brasov. Parece simples e realmente é.

Apanhemos o autocarro da pousada para a estação de autocarros. Como trazemos as malas obrigam-nos a comprar dois bilhetes extra por causa das malas. Está bem, está. Lá se vão mais 40 cêntimos a cada um.
Vamos para a estação dos expressos. Sim, espectacular. Sofia tem uma estação de expressos. E passa boa música. Dire Straits, Madonna (Isla Bonita). Existem uma boa quantidade de guichets, de cada companhia de transporte e é preciso adivinhar qual é o guichet que vai para onde se quer ir. Um guichet ao lado e vais parar ao quinto dos infernos, que diz que é perto da fronteira com a Moldávia.



Põem-nos uma etiqueta na mala que dá uma falsa sensação de confiança que és tu que ficas com a tua mala no fim da viagem e não o amigo do lado.

A viagem é agradavelzinha e até chegamos onde queremos, a Veliko Turnovo. Deixamos as malas na "estação" dos expressos, numa dispensa (Hmmm... Será que cá vão estar quando voltarmos?). O turista faz coisas que o comum mortal nunca faria. O dia está a correr lindamente. A cidade tem restaurantes e até tem um posto de turismo. O primeiro que encontramos nesta odisseia. As tipas... não! ... As badamecas que nos atendem são extremamente simpáticas e até dá vontade de lá voltar. Com um tractor carregado de bosta. Mas, em vez disso, compramos lá postais. Ao olhar para os postais, apercebemo-nos que uma das atracções turísticas é um cruzamento com alguns viadutos. É fenomenal. Vale a pena ir lá ver a obra. Seguimos. Compramos selos. A mulherzinha dos correios não nos deixa comprar selos sem serem de correio prioritário. Quero ir à casinha numa espécie de terreno de uma casa abandonada, mas sou interrompido por senhor muito simpático e falador. Não parece incomodá-lo o facto de não percebermos nada do que diz, e a conversa alonga-se até deseducadamente deixarmos o senhor a falar sozinho. Se calhar estávamos na sua casa e nem nos apercebemos. Aqui ficam as nossas desculpas.
Veliko Turnovo era a capital da Bulgária antes de Sofia. Para além disso, tem o tal cruzamento com viadutos, o posto de turismo e uma fortaleza que estava fechada quando lá chegámos e que, como tal, não chegámos a visitar. No entanto, tem um mini-mercado que vende aguardente e uma loja que vende porta-chaves.
Só falta jantar e ir embora. Escolhemos o melhor restaurante da cidade. Tem pendurados os símbolos de grande parte das capitais europeias, incluindo Lisboa, mas não Sofia. Arrotamos três eurios e meio cada um. O João tem uma história gira para contar sobre este restaurante, que envolve a casa de banho, mas merce um post dedicado, e, por isso, vou deixar ser ele a contar, já que foi ele que a viveu ao vivo, a cores, e de pé.


Diz que é molho de soja forte.

Perguntamos onde se apanha o autocarro para Gorna Oriahovitsa a umas transeuntes locais. São mulheres e dizem que temos de caminhar meia hora no sentido X daquela rua até à paragem do autocarro e que o autocarro vai no mesmo sentido X. Acabamos de tirar a foto com as locais e passa o autocarro mesmo mesmo mesmo à nossa frente no sentido -X. Fiquei com a ideia que elas queriam que nós lá passassemos a noite.




Nesta foto o João ficou com os olhos um pouco arregalados, não porque elas fossem bem boas e ele estivesse a pensar "Comia-as todas", mas sim porque rapidamente se aproximava de nós um lobisomem com sarampo, e eu quando era pequeno não cheguei a ter sarampo.

Como podem ver, os posts em portugues são muito ligeiramente mais sarcásticos e sacanas do que os em inglês. Poder-se-á alegar que é a própria língua do Fernando e do Luís que se propicia a isso. Mas não. É mesmo falta de educação. É que mandei às amigas búlgaras o endereço do blog. Que pessoa tão ruim.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Um post a dizer mal do João



João gets his camera.
- Let me take a photo...
- Yes, let's take photo all toghether!
- No... a photo of the food!

Beautiful!




In this photo, I prefer to imagine that João was really drunk. Very very drunk. Amen.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Esta juventude...

It's always nice to sleep at a hostel. There's always someone who snores better than you. But this time we were lucky because there was milk at breakfast!!! YES!!!! Our beloved MILK!!!!
But well, turist life is tough and we had to go sightseeing. Sofia is nice, it has the beatiful "Vitosha" mountain as background.



We had lunch at Divaka. As you can see, all the dishes seemed delicious and choosing what to eat was quite a challenge.





I ate a mix of canja de galinha and sopa de legumes, served in a bread, instead of a soup bowl. In the end we asked the waitress to take us a photo. But I guess that taking photos wasn't her best gift. So, instead, I took a photo of Joao and her, in which she was waaaaaaay better :D



End of lunch, time to go for a walk. We visited the university and ... guess what? The students were having classes! We stop for a few moments and remember the old times... ohhh, student life.... the sun... birds singing... gaijas boas... lots of spare time...
But reality soon pulled us back to real life. And we found this.



As usual, we arrived 15 min late to the dinner with the girls. (It wasn't our fault! There was a lot of traffic! And the bus went really slowly! And then, small little green men came and abducted the driver! Yes, its true!!) But the girls were still waiting for us :D The restaurant was in the student district and, surprisingly, there were a lot of... students!




наздраве! (Arroto!)


The food was nice and at the end our breath was even better. Life is good.




That was a great day... bye Nina, Iva and Dora!

segunda-feira, 10 de março de 2008

Cultura Romena: a Música

Ainda a Bulgária

Na Bulgária há locais seguros.
Há também locais um pouco seguros.

Nos primeiros não podem entrar pessoas com revólveres ou facas.


Nos segundos só não podem entrar pessoas com revólveres.


Fumar também é proibido. Facas é naquela, cigarros é que não! Segurança acima de tudo...

Também na Bulgária os quiosques de conveniência têm todos os produtos que necessitamos à mão.
Uma pastilha elástica, desodorizante, uma torradeira, preservativos com sabor a morango, armas de fogo...
Quem nunca esteve em St. Apolónia à espera dum comboio, viu passar o Paulo Portas e pensou "olha que jeito me fazia agora uma caçadeira"?

P. S. - É bom voltar a ter acentos nas palavras. Nas casas de banho búlgaras não os havia...

domingo, 9 de março de 2008

Interludio

Agora vamos fazer um pequeno intervalo para darmos aos nossos leitores uma pequena oportunidade para reflectirem um pouco sobre o que leram.

Aproveito tambem para esclarecer algumas duvidas sobre o blog, de pessoas que nos abordam na rua.

Como posso ler o blog?
E necessario um computador e uma internet. E tambem necessario um ou dois olhos, com oculos, se necessario. Colocar o brilho do monitor no maximo e chegar os olhos bem perto. E necessario tambem alguma ma disposicao ou humor, de preferencia num dia que tenha corrido mal.

Porque nao poes acentos? Queres imitar o Saramago, mas de uma forma diferente e original, para ganhares o Premio Nobel?
A minha bolsa nao me permite ganhar Premios Nobel. Nao ponho acentos porque, se os puser, os ciganos roubam-nos como roubam as antenas dos carros.


O que e um Dacia 1310?
E o sonho de qualquer romeno. E isto:



Para abrir o apetite para os proximos posts, vamos ter aqui no show uma mulher com bigode e vamos explicar o que e um Bernardo.

sábado, 8 de março de 2008

Dia delas

Ontem, dia 7 de Marco foi dia do homem. Hoje, dia 8 de Marco e dia da mulher. Amanha, dia 9 de Marco e dia do homem.
Hoje havia muitas mulheres na rua e os restaurantes estavam cheios de mesas so com mulheres. Por mim, as mulheres podiam ser livres e podiam ir ao restaurante todos os dias e serem felizes, desde que nao fossem todas muito gordas.

Estou solidario, e decidi mudar a cor do blog para cor de rosa.

O portal

Despois de termos tido aquela agradavel surpresa da pousada ter mudado sitio, ... Bem, vou contar melhor como e que aquilo foi. Chegamos a morada que nos foi dada, tocamos a campainha e vem um velhadas com as botas desapertadas e sem meias abrir-nos a porta. Explica-nos em bulgaro que a pousada modou de sitio, mas como nos somos um bocado lentos (lentos a favor!), telefona para um tipo que fala ingles que nos explica que a pousada mudou de sitio. Xpetaculare! O velhadas leva-nos para a rua para nos indicar onde era a Hristo Botev, 18. Ate agora tenho-o apelidado de velhadas, mas na realidade ele era "o guardiao da chave telecomandada da porta da garagem dos carros", doravante denominado "o guardiao", para simplicidade desta epistola de S. Rui aos portugueseus. No fundo, a pousada tinha duas portas. Uma para veiculos, larga, e telecomandada pel' "o guardiao", e outra, para pessoas, equipada com um manipulo de macaneta e uma fechadura de chave normal, apopriado para o uso humano, por oposicao ao divino. Ora, devido as mui nobres funcoes d' "o guardiao", este fez questao (em bulgaro) que nos, os incautos jovens , passassemos por este magnifico portal do qual ele era "o guardiao". As historias da nobreza sao sempre intricadas, e valores mais altos se erguem, enredos que o plebeu esta aquem de compreender. Aconteceu, por obra destas maquinacoes superiores, que o mitico portal se abria para nos passarmos , depois de accionada a chave telecomandada, mas, de repente, para. "O guardiao", detentor de grandes segredos do universo, e uma barba branca por fazer, faz descer a fantastica porta de garagem, para a fazer subir de novo, aplicando a sabia regra divina, pela qual os astros se regem, "desliga e volta a ligar".
Aconteceu tambem, que repetidas vezes aconteceu. O plebeu nao percebe estes motivos das esferas divinas e tenta sair pela porta pedonal. "O guardiao" prontamente proibe tal acto, pois nao fora para isso que ele fora designado. Multiplas vezes "o guardiao" operou "desliga e volta a ligar", mas o portal nao cedeu a nossa passagem. Num momento de distraccao d' "o guardiao", os plebeus rodam a macaneta da porta pedonal e fuiiiiige!!!!!
Dizemos ola aos/as travistis e seguimos p'ia fora pela Hristo Botev, ate um jovem careca bem constituido com aparencia de dealer da zona, acompanhado por tres semelhantes, nos dizer que a pousada e ali naquela porta. Um careca com ar de dealer, no meio da rua, a noite, numa cidade violenta, a apontar para uma porta que nao tem cara nenhuma de ser uma pousada. Hmmm. Ta bem. Diz que a pousada e num quarto andar e o predio nao tem elevador. Chegamos.


"Va para fora ca dentro"

Como eu estava a dizer, depois de termos a agradavel supresa da pousada ter mudado de sitio, esperou-nos uma noite tranquila com mais 7 pessoas, alguns deles ressonadores e um pequeno almoco de pao de forma. Mas ao contrario da pousada de Bucareste, aqui ha salame e leite. Hmm, tenho tantas saudades de leite...

Nao percam o proximo episodio porque nos tambem nao!!! (Mas ainda vamos perder alguns comboios)
Tenho a sencacao que faltam virugulas neste post...

Agora nada correra' mal...

Para nos a Primavera chega a 21 de Marco.
Para os bulgaros tambem.
Mas eles festejam a sua chegada a 1 de Marco.

O dia entardeceu (a manha perdeu-se num quarto tao aquecido que teve de se dormir com a janela aberta [poupanca de energia acima de tudo]) com os bulgaros cheios de paneleirices vermelhas e brancas. Pulseiras, pequenos colares, bonequinhos de alfinete, ...
Segundo eles, tudo deriva duma lenda qualquer, segundo a qual, alguem que nao sei quem enviou uma mensagem num qualquer passaro, com uma fita branca, para outra pessoa. O passaro levou com uma chumbada e a fita branca ficou manchada de vermelho. Mas o catano da ave atingiu, ainda assim, o destino.
Por essa razao, estas fitas sao agora simbolo de sorte, esperanca e essas coisas todas.

Eu e o rui compramos uma dessas fitas.

(foto auto-explicativa removida para restauro)

Agora nada de mal nos acontecera'.
A minha tem um toque brilhante um tanto ou quanto efeminado. Ainda assim uso-a porque o meu elevado grau de masculinidade permite-me ser um verdadeiro homem, mesmo com uma pulseira que reluz.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Train to Sofia / As febras

We promised to our bulgarian friends that we would write in english about our nice trip to Bulgaria, so here we go!
We met them pretty soon after the train started moving since they were right on the next compartment. At first I thought they were romanian, but it turned out that they were bulgarian. Great, we thought! Now we'll have local guides for visiting Sofia! :D Our newest friends names were Nina, Dora and Iva; They taught us the cyrillic alphabet, or at least they tried, we were a bit lousy students :P. I also have to say that Nina forgot two of the thirty letters in the alphabet, so she has to go back to the first grade :))))) They also wrote our names in cyrillic!
We also learned how to say "Thank you", which is quite complicated, and therefore it is usual to say "merci". We also learned "da" for "yes" and "ne" for "no". The funniest thing is that bulgarian people shake their heads when they mean yes and nod when they mean no. For me it seemed that they were kidding me whenever they answered one thing speaking and the opposite with the head!


A photo of all of us (clockwise sense): Нина, Дора, Ива, Руи and 3/4 of Жоао :D



Overall, the trip was very nice and we had a nice view over the Danube and also over the fields.
Joao had no problems at the borders, although he was carrying some drugs and organs.

Ainda a viagem para a bulgaria

Pois e, e verdade! Na suite ao lado (o comboio era espectacular, nao tinha compartimentos, so suites) estavam tres raparigas rolicas com as quais prontamente inciamos conversacao. Pela lingua pareciam romenas, mas como estavam arduamente a limpar os bancos da suite com lencos de papel (e cuspo ;) ) comecei a desconfiar. Quando damos por ela, sao bulgaras e estao a regressar de Buchareste para Sofia. Duas delas dizem que gostaram mais de Buchareste do que de Sofia. Estava muito calor na suite e isso podia-lhes estar a afectar o raciocinio. Prontamente comecamos a explora-las e a extorquir qualquer tipo de informacao sobre Sofia. A paisagem de fora de Buchareste e esplendida e nao se ve ponta de lixo ao longo da linha de comboio.

Pouco depois de entrarmos na Bulgaria elas perguntam-nos se vemos alguma diferenca entre os dois paises. Quando entramos na Bulgaria vi umas casas geminadas com arquitectura tipo barraca ou bairro de lata, nao sei bem, e que ostentavam bem alto a bandeira da bulgaria. A melhor coisa que me ocorre dizer e que o alfabeto deles e diferente e nao percebo nada das placas que vemos. Elas sao muito simpaticas e escreveram-nos o alfabeto deles e a traducao no nosso.
Parece que obrigado em bulgaro e merci. Sim e da e nao e ne. E facil. O mais engracado e quando estamos a conversar e dizem que sim mas fazem que nao com a cabeca. Muito divertido, parece que estao a gozar com nos. E a mesma coisa quando dizem que nao mas abanam a cabeca como se fosse que sim. Ichquesito... mas diz que la e assim. Por isso convem mesmo aprender o da e o ne.
De resto a viagem foi tranquila. Estava eu descontraido na casa de banho (sim, aquela que aparece no post do Joao) a apreciar arte, quando me entra uma revisora de 2mx2m na cabine. Nao se faz...

Viagem para Sofia

Ha' cenas porreiras.
Mas hoje falo da Romenia.

O procedimento para viajar de uma capital para a capital de um pais vizinho e' normalmente um processo simples. Basta escolher um meio de transporte, saber de onde parte e a que horas.
Mas a Romenia nao se insere no conceito de normal.
Como o Rui ja explicou, para viajarmos de Bucareste para Sofia foi necessario escolher dois meios de transporte e tres locais e horas de saida. Toda a gente sabe que ha' um autocarro que sai duma rua... sabem que e' preciso um bilhete... mas ninguem sabe onde se compra nem a que horas sao as viagens. Gares de autocarros ja' e' pedir muito.

Avancando...
10 horas de comboio ate' pode nao ser muito... mas e' so' quando a paisagem nao e' formada por lixeiras e o corpo nao esta' durido de darmos duas voltas a cidade com as malas atras.
Felizmente, durante a viagem, tres raparigas bulgaras (foram visitar Bucareste... pffff ha' cada uma...) ajudaram-nos a preparar a nossa chegada a Sofia. Trouxeram-nos grandes noticias: mostramo-lhes um panfleto da pousada onde iriamos ficar em Sofia e disseram-nos que aquela pousada nao era em Sofia mas sim em Veliko Turnovo. E' sempre bom saber isso quando nos encontramos num comboio de 10 horas a caminho de Sofia.
Afinal percebe-se o mal entendido: o panfleto referia-se a um hostel com o mesmo nome daquele onde reservamos as camas, mas noutra cidade bulgara.
Fazemos o resto da viagem descansados.

Revista dos passaportes. Uma hora parados.
Atravessamos o Danubio. A paisagem muda.

E mudou mesmo...


Em Portugal esta paisagem tem menos curvas e mais bigode.
E parecia que a sorte tambem mudaria.
Revista dos passaportes. Uma hora parados.
Ha' coisas que nao mudam.

Chegamos a Sofia com um atraso de uma hora.
Segundo as bulgaras e' simples nao ser enganado no taxi, basta escolher a empresa OK Supertrans. Isto era simples se o nome de todas as empresas de taxi nao comecasse por OK e o resto nao estivesse escrito em alfabeto cirilico. Com a ajuda delas encontramos um taxi porreiro que nos entregou direitinhos na pousada.
Parece no entanto que a pousada tinha temporariamente mudado de sitio e tivemos que caminhar na noite deserta de Sofia. Deserta com a excepcao da simpatica companhia de varios travestis...

P. S. - Ainda nao foi desta que a minha luta com intestino teve resultados. O comboio nao oferecia condicoes...

quinta-feira, 6 de março de 2008

um post sobre nada

Sao 8 da manha e o Joao esta a dormir, por isso posso continuar a escrever algumas coisas sobre ele. Ele tem um bone de tecido muito grosso com um padrao xadrez que e para o frio e nao para o sol. O bone parece um bone de lenhador. A barba anda por fazer. Por isso, as pessoas desviam-se de nos na rua. Ninguem nos estende a mao na rua para nos dar folhetos.
Os pequenos almocos estao a ser sempre pao de forma e a minha flora intestinal delicada nao esta a gostar. E dia de ir para a Sofia. Na internet ouvimos dizer que o comboio demora 10h e o autocarro demora 5h. Na internet tambem diz que ha dois sitios onde se apanham estes autocarros. Vamos ao primeiro e parece que la afinal ja nao ha autocarros para Sofia. 2h depois estamos no segundo sitio. No hotel ao lado dizem-nos que sabem que o autocarro para em frente ao hotel, mas que nao sabem a que horas. Num quisque dizem que o autocarro parte as 16h. Sao cerca das 11:30h e na bela da internet o autocarro saia as 12h. Malandros... Decidimos ir de comboio. Afinal 10h de viagem nao e assim tanto. Regressamos a Gara de Nord, a nossa bela casa, para almocar e apanhar o comboio.

Passeata agradavel

Bucareste. Vamos ao palacio do povo, o segundo maior edificio do mundo em area e terceiro em volume, logo a seguir a estacao de metro de chelas e ao quiosque da D. Micas da Vila Franca, nos Olivais. Diz a guia que o facto de o palacio ser tao horrivel por dentro e por fora e porque o arquitecto principal era uma mulher. A maior parte dos materiais usados no palacio sao romenos e por isso e que o palacio parece tao velho, apesar de ser dos anos 80. Precisaram de 1000000m3 de marmore, o que fez com q a Romenia encolhesse cerca de 2 m devido a exraccao da pedra. O Joao tem um fetiche de tirar fotos a sinais de proibido tirar fotos. Parece tambem que houve um ricalhaco lunatico que ofereceu 1 biliao de dolares para comprar o tasco e fazer la o maior casino do mundo. Para lunatico, lunatico e meio, e o governo romeno preferiu nao vender, apesar de ainda faltar construir 10% do palacio. Dada esta oferta, e devido a inflacao, a guia diz que agora o palacio vale mais de 5 bilioes de dolares. Espectacular.
Quando acaba a visita, a guia diz-nos em tom de grandeza que so visitamos 7% do edificio. Quero 93% do preco do bilhete de volta.
Perguntamos a guia onde ha um restaurante onde podemos ir comer. Diz que ali ao fundo ha umas lojas e talvez haja um restaurante. Perguntamos a um bofia ca fora e nada. Perguntamos a uns romenos que tambem visitaram o palacio e ate fogem quando lhe falamos em restaurante. Decidimos ir a uma Pizza Hut que tinhamos visto algures, mas acabamos por encontrar um restaurante romeno. Jackpot!

terça-feira, 4 de março de 2008

Ainda mais

Outras coisas boas da Romenia, para alem de nao encontrarmos restaurantes, e da polenta, aquela coisa amarela que tambem comi em Italia e que nao sabe a nada, ee o troco . Basicamente eles sao simpaticos e so dao a parte do troco que e em notas. a parte que е em moedas eles preferem nao nos dar para nos aliviar do peso. simpaticos. Apesar da senhora do supermercado (por acaso bem boa) se ter enganado no troco e me ter dado 2 Lei a mais. Para terem uma ideia, 2 Lei da para comprar algumas coisas. Mais coisa, menos coisa.
Ainda outra coisa boa foi chegarmos a um restaurante tipico romeno as 20h e terem-nos dito que ja nao serviam mais. Vai la, vai!
O gajo da pousada dorme no hall de entrada, numa tarimba, e enrolado num cobertor, sem lencois. Tambem conhecido como porcalhao ou sabujo, ou ainda badalhoco. Gosta de andar descalco por toda a pousada, incluindo casa de banho e tambem ao pe de mim. este personagem habita este cenario 24 h por dia (na romenia o dia tem 24h. curioso, hein? custou-me a habituar). Foi ele que nos recomendou o restaurante anterior. Tambem foi ele que nos disse que o leite azedo que compramos, produto tipico da romenia era bom. Fujam do que disser "Lapte Batut", e o nome a que eles dao ao leite estragado e que ja so conseguem vender aos turistas. Na Romenia nao ha turistas. so eu e o Joao. Palhacos....
Tambem encontrei uma carta de jogo, um rei de Copas, no meio do meu cobertor, na pousada. Rei do amor?
A proposito: turismo sexual.

(foto auto-explicativa removida para restauro)
restauro terminado:



segunda-feira, 3 de março de 2008

Quando se atinge aquele nivel...

Comecemos por falar de comida.
Perguntam-me voces: oh Joao, a que e' que sabe a comida romena?
Eu respondo: boa pergunta!
A verdade e' que os romenos parecem ter descoberto a formula secreta para se alimentarem do ar. Dos restaurantes temos apenas a vaga e distante ideia de que um dia existiram.
Assim... vou fazer a minha vida para outro lado...

Podemos entao dizer que hoje atingimos aquele nivel... um nivel bem baixo... tornamo-nos um daqueles sujeitos que fazem toda a sua vida a volta duma estacao de comboios decadente.

Local para refeicoes?
Restaurante de comida tradicional romena, hostel, McDonalds, ...?
Errado! Casa de sandes e pizzas da Gare du Nord.

Onde vamos fazer compras?
Carrefour, Auchan, Leclerc, ...?!
Errado! Mini mercado a Gare du Nord.

Casa de banho publica gratuita?
McDonalds, parque para criancas degradado, arbusto, ...?
Errado! Casa de banho da casa de sandes e pizzas da Gare du Nord.

Viagem para a Bulgaria?
Autocarro de cinco horas?!
Errado! Comboio de 10 horas apanhado na... Gare du Nord... :s





Ainda assim, ficam dois belos pratos romenos que estas personagens degustaram...
Tem nomes que acredito serem bastante interessantes mas que nao sei quais sao.






Tudo o que voce sempre quis saber sobre a lingua romena mas tem medo de perguntar

Esta, so por ser para voces, e de borla. Ah, aqui na Romenia so as meninas e que usam acentos... ou entao quem sabe mudar o teclado para portugues.

Carne - carne
Poi - frango
Portucale - laranja
Banana - banana
Mulţumesc - obrigado
Cu placere - de nada (sem comentarios)
Inchis - fechado (quando chegamos tarde ao museu)
Spingi - empurra (a porta da casa de banho)
Barbati - homes (tambem na casa de banho)
Femei - femeas (tambem na casa de banho)
Iesire - saida

Os autores agradecem a um tradutor anonimo da ternet.

Como podem ver, cerca de 30% do vocabulario esta relacionado com casas de banho. So para terem uma ideia do valor de uma casa de banho (ver o segundo post), a casa de banho da nossa casa de sandes (ver post seguinte) tem um seguranca a porta e e preciso codigo para entrar. E isto e so para terem uma ideia... ja agora, o Joao esta a fazer greve de merda desde que veio do Portugal. Nao quero estar por perto quando furar a greve.

domingo, 2 de março de 2008

Cheguemos!

Chegamos. Ainda dentro do aviao vemos um Ikea e logo a seguir um Staples. Os joelhos do Joao comecam a tremer, os olhos esbugalham-se e pergunta-me aterrorizado:
- Estamos em Alfragide??
- Queres ver que nos enganamos no aviao... - returco eu com imensa sabedoria.
Na imagem seguinte aparece o Carrefour. Em Alfragide ha Continente e Jumbo, mas nao Carrefour.

Saimos do aviao e o autocarro leva-nos para o terminal. O terminal pode ser descrito como sendo azul claro e parecido com a central de camionagem de Viseu, mas com mais gente, ou va, romenos. Quisemos tirar uma foto dentro do terminal, mas o seguranca comecou a ladrar. Pelos vistos tem de ir la para saber como e.